Assim de repente, escrever um livro pode parecer uma coisa fácil. Se for apenas um hobby, se mais ninguém o ler, sim, até é fácil. O que é que interessa se tem erros gramaticais ou sintácticos? Quem é que quer saber se é semelhante a outra história já existente? Quem raio se importa se não tem lógica, se é confuso e repleto de incoerências? Se ninguém vai ler, isso é irrelevante. No one cares.
Mas, no momento em que nos apercebemos que o nosso humilde manuscrito até tem pernas para andar, preparem-se para a montanha-russa de contentamento, dúvidas, ansiedade, insegurança... e a lista continua.
A partir do momento em que comecei a levar a minha história a sério, corrigi tudo, do início ao fim, sem misericórdia. Fiz uma correcção não só a nível gramatical e sintáctico, como também a nível do enredo, personagens, diálogos, etc. Queria que a história fizesse sentido e que não tivesse incoerências.
Recorri a um dicionário da Língua Portuguesa online (que se tornou o site mais visitado no meu navegador), e a um dicionário de sinónimos (porque percebi que era muito repetitiva nas expressões que usava). Porque se há coisa que me irrita é ver erros em livros e escritores obcecados por uma expressão específica. Sou muito picuinhas com isso.
Recorri a um dicionário da Língua Portuguesa online (que se tornou o site mais visitado no meu navegador), e a um dicionário de sinónimos (porque percebi que era muito repetitiva nas expressões que usava). Porque se há coisa que me irrita é ver erros em livros e escritores obcecados por uma expressão específica. Sou muito picuinhas com isso.
Sempre que queria escrever algo factual, tinha de pesquisar, pois não queria estar a inventar e induzir os leitores em erro. Um exemplo: quantos shot's de vodka são precisos para embebedar uma pessoa? (agora ficam vocês a pensar "mas que raio de livro andou esta a escrever?").
Regularmente, instalava-se em mim o receio de estar a plagiar outra obra, livro ou filme. Isso não passava de macaquinhos na minha cabeça, mas eu fartei-me de procurar livros e filmes da mesma temática da minha história, e, na verdade, dentro do tema em questão, existe muita coisa, mas nada demasiado similar.
Depois veio a insegurança. Será que a minha escrita é boa? Será que a minha história é interessante? Será que alguém a quererá ler? Será que a minha história não é apenas "mais do mesmo"? Já dizia um sábio rei da antiguidade: «De se fazerem livros não há fim.» Eu queria escrever algo original, que cativasse o leitor, que tocasse o seu coração. Sinto que coloquei grande parte de mim no que escrevi, tentando criar personagens, cenários e sentimentos realistas, com os quais os leitores se pudessem identificar. Como é óbvio, quem ler o meu futuro livro, vai encontrar clichés. Por muito que tente contrariar isso, os clichés são inevitáveis. Mas talvez seja isso que ajuda os leitores a criarem alguma ligação com as personagens e com o seu percurso durante a história. Porque, no fundo, quem é que não quer ler uma história trágica de amor? (No spoilers)
Ah, e ainda não abordei o meu maior inimigo no processo da escrita: a falta de inspiração. Imaginar a história é canja, há sete anos que tenho a história praticamente toda dentro da minha cabecinha, mas colocá-la por escrito é um autêntico suplício. É muito giro sonhar acordada, parece algo saído de um filme, digno de um Óscar, mas quando chega a hora de escrever... puff. Não sai nada. Acontecia-me constantemente ficar uma hora a olhar para o computador e escrever meia dúzia de palavras. No entanto, também tinha fases que, quando a inspiração batia forte, escrevia umas dez mil palavras de uma assentada. Admito que, como escritora, sou de extremos. Durante estes sete anos que levei a escrever o livro, estive entre dois a três sem escrever praticamente nada, enquanto neste último ano escrevi mais de metade da história.
Mas mesmo quando escrevia muito, desengane-se quem pensa que saía tudo perfeito. Havia momentos em que escrevia e escrevia e escrevia, e no momento pensava "que obra de arte! eu sou a maior...", e no dia seguinte quando relia o que tinha escrito, percebia que era tudo um monte de tretas e reescrevia tudo de novo. Acho que mesmo depois de tudo isto e de estar completo, continuo a pensar que podia estar melhor, mas agora já é tarde.
No fim desta divagação toda, quero concluir com este pensamento: escrever é libertador. Pode não parecer, depois de tudo o que eu disse, mas acreditem em mim. Pessoalmente, a escrita ajuda-me a colocar alguma ordem nos meus pensamentos e sentimentos. E é isto.
(P.S.: Talvez da próxima vez faça um post com a sinopse do meu livro. Talvez. Não sei se estarão interessados.)
Ah, e ainda não abordei o meu maior inimigo no processo da escrita: a falta de inspiração. Imaginar a história é canja, há sete anos que tenho a história praticamente toda dentro da minha cabecinha, mas colocá-la por escrito é um autêntico suplício. É muito giro sonhar acordada, parece algo saído de um filme, digno de um Óscar, mas quando chega a hora de escrever... puff. Não sai nada. Acontecia-me constantemente ficar uma hora a olhar para o computador e escrever meia dúzia de palavras. No entanto, também tinha fases que, quando a inspiração batia forte, escrevia umas dez mil palavras de uma assentada. Admito que, como escritora, sou de extremos. Durante estes sete anos que levei a escrever o livro, estive entre dois a três sem escrever praticamente nada, enquanto neste último ano escrevi mais de metade da história.
No fim desta divagação toda, quero concluir com este pensamento: escrever é libertador. Pode não parecer, depois de tudo o que eu disse, mas acreditem em mim. Pessoalmente, a escrita ajuda-me a colocar alguma ordem nos meus pensamentos e sentimentos. E é isto.
(P.S.: Talvez da próxima vez faça um post com a sinopse do meu livro. Talvez. Não sei se estarão interessados.)